Sarna detetada em escola da Baixa da Banheira

Quase 20 alunos infetados na EB nº 7 

Quase duas dezenas de casos de sarna foram detetados na Escola Básica nº 7 da Baixa da Banheira, na Moita, disse na sexta-feira à Lusa o presidente da União de Freguesias da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira, Nuno Cavaco. "Na escola foram registados primeiro dois casos, mas no total são já 18 os casos de sarna, entre alunos e outras pessoas" do estabelecimento, descreveu o autarca.  Quanto às razões para estar a aumentar o número de casos de sarna em escolas da região de Lisboa, a sub-diretora geral da Saúde, Graça Freitas, disse desconhecer se efetivamente se está a verificar um aumento ou se é um caso de “epidemia mediática”, porque se começou a falar e a noticiar o assunto. Em Fevereiro, uma escola do Barreiro, também confirmou a existência da infeção.  
Casos de sarna em escolas do distrito preocupam autoridades 

De acordo com Nuno Cavaco, a direção do agrupamento a que pertence a escola já informou os encarregados de educação da situação.
"Compreendo a insatisfação e se fosse meu filho também não ia ficar satisfeito. A direção já informou os pais e avisou que caso detetassem alguma coisa deveriam levar as crianças ao médico", afirmou o autarca de freguesia. 
Nuno Cavaco referiu que a escola não tem problemas de limpeza e lembrou que se têm registado casos em várias escolas no país: "Este não é caso único, têm-se registado outros casos de surtos de sarna em outras escolas. A informação que existe é que em casos destes as crianças sejam tratadas e a escola não seja encerrada".
O autarca explicou que, mesmo que a escola seja encerrada, algo que é defendido pelos encarregados de educação, e alvo de uma desparasitação, não existe nenhuma garantia de que o problema seja resolvido de vez."Não é a escola que pode decidir se encerra ou não. O Ministério da Saúde, tendo em conta que já existem casos em várias escolas, devia dar outro tipo de informação aos encarregados de educação. Devia explicar melhor os procedimentos e o que se deve fazer em casos destes", concluiu.
A Lusa tentou contactar a direção da escola, sem sucesso.

Surto também em escola do Barreiro em Fevereiro 
No final de Janeiro, a Direção-Geral da Saúde esclareceu que os casos de sarna nas escolas não justificam o encerramento dos estabelecimentos de ensino, nem quarentena obrigatória de crianças infetadas, por não configurar risco de saúde pública nacional e ser facilmente tratável.
Quanto às razões para estar a aumentar o número de casos de escabiose (sarna) em escolas da região de Lisboa, a sub-diretora geral da Saúde, Graça Freitas, disse desconhecer se efetivamente se está a verificar um aumento ou se é um caso de “epidemia mediática”, porque se começou a falar e a noticiar o assunto.
A verdade, disse à Lusa, é que “há frequentemente” casos de sarna - uma doença de pele contagiosa causada por um ácaro e que dá comichão intensa –, mas que não são noticiados.
Em Fevereiro, a direção da Escola Básica D. Luís de Mendonça Furtado, no Barreiro, frequentada por cerca de 700 alunos, também confirmou a existência de estudantes com sarna, tomando a iniciativa de chamar o delegado de saúde do concelho, mas nem a escola nem a autoridade de saúde revelaram quantos alunos estarão infetados."É uma questão que até pode ser exterior à escola", diz fonte da Delegação de Saúde, admitindo que "qualquer miúdo que seja contagiado com o parasita basta-lhe ser tratado e está o problema resolvido. Isto não é um problema de saúde pública", acrescenta a mesma fonte, que, ainda assim, chama a atenção para sinais de alerta como vermelhidão e comichão.
A sarna ou escabiose, como é apelidada pelos médicos, é uma infeção na pele provocada por um ácaro, manifesta-se por comichão em zonas específicas do corpo e tem efeito contagiante, sendo transmitida pelo contacto sexual ou pelo simples contacto da pele com roupa usadas por quem está infetado.
Os surtos epidémicos ocorrem sobretudo no inverno e estão associados a condições de vida, hábitos higiénicos, migrações ou aglomerados habitacionais. Os sintomas podem surgir até seis semanas após o contacto com uma pessoa infetada ou respetivos bens pessoais.

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