Metro pode chegar ao Montijo com aeroporto

Ligações estão na mesa de trabalho no ministro do Planeamento e Infraestruturas 

A instalação do aeroporto complementar à Portela na Base Aérea n.º 6, no Montijo, pode implicar uma ampliação da rede de transportes públicos na região, estando em equação a hipótese de estender a ligação do Metro Sul do Tejo até ao Montijo. A sugestão foi apresentada por Nuno Canta, presidente da Câmara do Montijo, ao ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, no decorrer de uma reunião, com o governante a deixar a promessa ao autarca de que essa e outras possibilidades vão ser equacionadas pela tutela. O ministro prometeu que o Governo irá equacionar a possibilidade, caso o novo aeroporto de Lisboa “aterre” na cidade. A ponte para o Barreiro e um programa de dragagens do Tejo foram outras questões abordadas em reunião. 
Vinda de aeroporto pode trazer metro ao Montijo 


A Câmara do Montijo continua empenhada a garantir a vinda de alguns voos comerciais para a Base Área nº 6 e, com isso, desenvolver a rede de transportes quer do concelho, quer dos concelhos de Alcochete, Palmela, Moita, Barreiro, Seixal e Almada. 
“Reunimos com o ministro do Planeamento e das Infra-estruturas e aduzimos alguns dos problemas que nos preocupam. Faz sentido que o Metro Sul do Tejo possa chegar até ao Montijo, como solução de transporte público”, começou por informar o autarca, durante a reunião pública do executivo, em resposta ao vereador da CDU, Carlos Jorge de Almeida, que questionou o socialista sobre o estado de degradação em que se encontra o Terminal Fluvial da Transtejo no Seixalinho.
A ligação do Metro Sul do Tejo até ao Montijo, no caso de se confirmar a vinda do aeroporto complementar à Portela, permitiria, segundo o presidente da Câmara, uma melhoria substancial na “conectividade com os concelhos limítrofes”, como Moita, Barreiro, Seixal e Almada.
Esta e outras possibilidades, porém, estão reféns da implementação da infraestrutura aeroportuária na BA6. “Foi-nos transmitido que o Governo está a estudar essa opção da instalação do aeroporto em Montijo, que lhe parece ser a mais óbvia, mas que precisa de ter uma certeza. Esperamos que venha a decidir-se neste primeiro semestre”, revelou o autarca, sublinhando que outra das hipóteses discutidas com Pedro Marques foi a da construção da “ponte para o Barreiro, com túnel de ligação ao Montijo”, que também poderia ser factor de “maior irradiação económica para a região”.
Nuno Canta e Pedro Marques também discutiram  "a implementação de um programa de dragagens do Estuário do Tejo, que permita um recrudescimento de portos para Lisboa”, disse o autarca do PS, considerando esta hipótese “muito importante para a região”.
Quanto ao Terminal Fluvial do Seixalinho, o presidente da autarca revelou que transmitiu ao responsável pelo Planeamento e das Infraestruturas, “as dificuldades existentes” no local. Uma situação que Nuno Canta admite que será ultrapassada, caso o novo aeroporto de Lisboa venha a localizar-se em Montijo, já que todo aquele espaço será obrigatoriamente “requalificado”.
A utilização da base aérea para a aviação civil obriga ao reforço da atual pista secundária do Montijo, que corre paralela com a principal da Portela, uma vez que a principal tem uma orientação que conflitua com a mais usada em Lisboa. Terão ainda de ser construídos novos acessos de ligação da Ponte Vasco da Gama ao futuro terminal de passageiros, o que implica uma nova praça de portagem. Haverá ainda intervenções na rede viária no interior dos concelhos do Montijo e Alcochete. As ligações fluviais são privilegiadas neste projeto, prevendo-se uma ligação rápida para Santa Apolónia, com ligação ao terminal de cruzeiros e estação ferroviária.
Esta solução não reúne o consenso entre as maiores companhias de baixo custo que operam na Portela.. Enquanto a Ryanair se congratula com a mudança, apesar de exigir uma gestão aeroportuária autónoma da ANA, a EasyJet mostra-se descontente, preferindo manter-se na cidade de Lisboa.

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