Governo estuda Montijo mas admite solução alternativa

"O mais importante é que se a solução for boa para o País" 

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas reconhece que tem pouco tempo para decidir o futuro sobre a solução à crescente procura de passageiros que se tem registado no aeroporto da capital. Mas não se compromete com a solução apresentada pela concessionária ANA ao anterior Governo de Pedro Passos Coelho, destacando apenas que tudo tem de ser estudado ao pormenor nos próximos meses.
Pedro Marques ainda tem dúvidas sobre aeroporto para o Montijo 

“Está a ser estudada, desde há uns meses para cá, uma solução que não passa pela construção de um novo aeroporto, mas antes pelo aproveitamento de uma pista. Neste momento, a solução que está em estudo agora é a pista no Montijo, a pista da BA6 [Base Aérea 6], como uma pista complementar àquilo que é o aeroporto aqui em Lisboa”, disse na passada quarta-feira à noite Pedro Marques numa entrevista ao programa “Negócios da Semana”, da SIC Notícias.
O ministro do Planeamento e das Infraestruturas adiantou que “estamos a estudar essa solução que nos foi já apresentada pela ANA". O ministro diz ainda estar "a estudar as condições de procura e de oferta que são propiciadas por essa solução, que é evidentemente mais eficiente do que a construção de um novo aeroporto. Se ela suportar as condições de procura necessárias, olharemos para ela com mais atenção”, acrescentou o governante.
Deste modo subtil, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas não se comprometeu com esta via única. “Nós encontrámos muitos ‘dossiers’, eu diria, abertos, e pouco fechados.  Este ‘dossier’, encontrámo-lo apresentado pela ANA ao Governo anterior. Encontrámos uma vontade, mais uma vez apressada, do Governo anterior de celebrar um memorando sem sequer ter discutido várias condições de detalhe importantes, como impactos ambientais, acessos rodoviários com a Câmara do Montijo, de acordo com documentação constante do processo e com o que já nos transmitiu o presidente da Câmara do Montijo”, precisou Pedro Marques.
O ministro do Planeamento e das Infraestruturas desvalorizou essa questão, dizendo que “o mais importante é que se a solução for boa para o País, ela será certamente estudada com mais detalhe e está a ser estudada com mais detalhe".

Decisão pode só ser tomada em 2017 
Sobre o aperto do horizonte temporal que tem para tomar uma decisão sobre este investimento, Pedro Marques reconheceu que o aeroporto da Portela teve um crescimento importante nos últimos anos, superando os 20 milhões de passageiros no ano passado. “Precisaremos de uma solução nos próximos anos e teremos certamente que a começar a discutir com muito mais detalhe com a ANA e estar a discutir com muito mais detalhe com a ANA ao longo deste ano. O aeroporto não atingiu o limite da sua capacidade. A ANA está, aliás, a fazer várias obras, e tem feito várias obras, que têm permitido expandir essa capacidade da Portela”, esclareceu o membro do Governo.
“Mas teremos de tomar estas decisões com tempo, mais cedo do que mais tarde, porque depois serão precisos três ou quatro anos, mesmo que a decisão seja a de Montijo. Precisamos de três ou quatro anos para a viabilizar, para a implementar e, portanto, estas decisões não podem demorar muito tempo a ser tomadas”, garantiu Pedro Marques.
O ministro, que já foi vereador socialista na autarquia do Montijo, escusou-se a dizer se essa decisão definitiva será assumida ainda em 2016 ou só no próximo ano. “Durante este ano teremos de aprofundar muito a discussão relativamente à solução. Não sei se a tomaremos em definitivo este ano, mas estaremos muito mais avançados quanto a isso e discutindo com as entidades relevantes, com as entidades das Forças Armadas, em particular com a Força Aérea, avaliando as questões ambientais, outras questões relevantes que estavam por discutir e estavam por detalhar”, concluiu o responsável pela pasta  do Planeamento e das Infraestruturas.

Agência de Notícias

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