Protesto na Escola Secundária do Monte da Caparica

"Obras Já"! Quem estuda não desarma, a luta é a nossa arma!

Realizou-se na quarta-feira, 16 de Dezembro, uma acção de protesto na Escola Secundária do Monte da Caparica, em Almada, que juntou mais de 200 estudantes, com o apoio da Juventude Comunista Portuguesa. Pais, alunos e professores exigem o reinicio das obras na escola que estão paradas há já vários anos, obrigando os estudantes a terem aulas em contentores. Alem das obras os estudantes exigiram mais investimento na educação por parte do Governo, em particular garantindo manuais gratuitos para todos os estudantes e a reposição do passe escolar. Os alunos têm aulas em contentores há cerca de cinco anos. 
Alunos reclamam mais e melhores condições naquela escola 

O protesto contou com o apoio da Juventude Comunista Portuguesa que, desde há muito tempo, "vem alertando para o estado de degradação em que os estudantes desta escola vêm tendo aulas e a necessidade imediata de recomeçarem as obras". 
O estado de degradação em que se encontra a Escola Secundária do Monte da Caparica em Almada é, diz a Juventude Comunista, "espelho de uma política de desinvestimento a que tem sido submetida a educação. Política de cortes de financiamento na Educação, praticados por Governos de PS, PSD e CDS nos últimos 39 anos. Cortes esses, notórios nas péssimas condições materiais em que estão muitas escolas na Península de Setúbal, e um pouco por todo o país". 
Segundo as contas dos jovens comunistas, "durante o mandato do anterior Governo PSD/CDS foram dois mil milhões de euros cortados à educação, certamente mais do que suficientes para resolver este, e outros tantos problemas nesta escola". 
A Juventude Comunista Portuguesa exige então que "se realizem imediatamente obras na Escola Secundária do Monte da Caparica" e exige "mais financiamento para a Educação e melhores condições materiais e humanas nas escolas". 
Os responsáveis pela JCP apela ainda aos estudantes da Escola Secundária do Monte da Caparica, "que se unam na luta pela realização de obras na sua escola e na defesa da Escola Pública, gratuita, democrática e de qualidade"

Cinco anos em monoblocos 
Na Secundária do Monte de Caparica, em Almada, os monoblocos são usados por cerca de 700 alunos há cerca de cinco anos e a previsão é para continuar até não se sabe quando.
A suspensão do programa da Parque Escolar, processos de insolvência das construtoras, atrasos nos pagamentos das empresas, tudo isso serviu de justificação para arrumar milhares de crianças e adolescentes em monoblocos. Nos últimos anos lectivos, alunos e professores tiveram de se habituar às salas improvisadas. O que não tem sido fácil, avisava, já em 2013, a presidente da comissão administrativa provisória do agrupamento do Monte de Caparica. "É o barulho que se ouve de uma sala para outra, o ar que fica saturado e sobretudo o espaço que é muito apertado", contava na altura Manuela Dâmaso ao jornal I.
Ter 27 ou 30 alunos num monobloco obriga aos professores a desenvolver um talento especial para se contorcerem e conseguirem circular entre as mesas sem andar aos tropeções. E obriga também os adolescentes a ter uma maior capacidade para não se distraírem com o colega do lado: "Os alunos estão demasiado próximos uns dos outros, potenciando as conversas entre grupinhos, o que se torna cansativo principalmente para professores", explica uma professora.



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