Montijo aprova orçamento municipal de 25,8 milhões

PSD "deixa passar"orçamento socialista em nome do povo 

Um ano depois, a Câmara do Montijo volta a ter Orçamento Municipal. Depois de há um ano uma coligação (improvável), que  reuniu social-democratas e comunistas, tivesse "chumbado" o orçamento para este ano, agora bastou a abstenção do PSD para que o documento, de 25 milhões e 809 mil euros, fosse aprovado em reunião pública. A CDU, tal como na discussão do orçamento deste ano, votou contra. Nuno Canta considera que o orçamento reflecte “equilíbrio”, não obstante o contexto financeiro, económico e social “muito difícil”. Para o presidente da Câmara, o Orçamento Municipal agora aprovado é um documento que “politicamente assegura um caminho para a igualdade de oportunidades entre todos os montijenses”, diz o autarca. 
Montijo tem orçamento de mais de 25 milhões  aprovado 

O Orçamento municipal para 2016 foram aprovados na reunião pública, na passada quarta-feira, com os três votos favoráveis da gestão socialista e a indispensável abstenção da vereação do PSD, já que a CDU, tal como no ano anterior, votou contra. Esta foi, de resto, a primeira vez que os social-democratas, Pedro Vieira e Maria das Mercês Borges, viabilizaram o orçamento neste mandato.
O orçamento para o ano que vem apresenta um valor total de 25 milhões e 809 mil euros, montante inferior em cerca de um  milhão de euros relativamente ao de 2014, primeiro e, até então único, orçamento municipal aprovado na presidência de Nuno Canta, viabilizado na altura pela abstenção da CDU.
Para 2016, o município espera arrecadar, através da receita corrente, pouco mais de 25 milhões de euros, dos quais 11 milhões e 850 mil euros correspondem a impostos diretos (IMI, IMT, IUC e Derrama). Os impostos indirectos atingem um valor pouco superior a 693 mil euros e as transferências correntes o montante de sete milhões e 817 mil euros. As receitas de capital totalizam 807 mil e 480 euros.
No documento, estão previstos três milhões e 536 mil euros de despesas de capital em investimentos como a construção de espaços verdes e reabilitação de parques infantis no Alto das Vinhas Grandes, a reabilitação e pavimentação de diversas vias – como o acesso ao Bairro da Bela Colónia –, a substituição da cobertura em fibrocimento da Escola Básica da Atalaia, a recuperação da Ermida de Santo António no Pátio de Água, a aquisição de trator e alfaias para a feguesia de Sarilhos Grandes, a reabilitação do Largo da Feira em Canha e a construção de um monumento de homenagem aos ex-combatentes do Ultramar. A despesa corrente ascende a 22 milhões e 272 mil euros.

“A defesa dos superiores interesses dos munícipes”
Nuno Canta considera que o orçamento reflecte “equilíbrio”, não obstante o contexto financeiro, económico e social “muito difícil”. Para o presidente da Câmara, o Orçamento Municipal agora aprovado é um documento que “politicamente assegura um caminho para a igualdade de oportunidades entre todos os montijenses”, diz o presidente da Câmara.
“Nos nossos dias, a igualdade de oportunidades e a qualidade de vida é o que continua a atrair as pessoas para o Montijo. Igualdade de oportunidades para os montijenses e para as suas famílias, a oportunidade para trabalhar, o acesso à escola pública, ao ambiente, à cultura, a igualdade para realizarem os seus sonhos”, disse o socialista, realçando que “boas contas inspiram maior confiança das empresas, permitem a criação de mais emprego, a defesa da escola pública, sustentam o investimento público em infra-estruturas, diminuem o serviço da dívida e aumentam a capacidade de resposta numa economia em crise”, refere o autarca. 
O PSD justificou a abstenção com “a defesa dos superiores interesses dos munícipes”. Apesar da abstenção, que deu luz ao orçamento, os social-democratas não pouparam criticas à gestão PS, considerando mesmo que a actuação de Nuno Canta se tem norteado pela “vitimização”, em face do chumbo do orçamento de 2015.  
“A ruptura ao nível da continuidade das candidaturas aos fundos comunitários, no âmbito do Portugal 2020, poderia constituir-se como uma situação sem retorno, comprometendo o futuro próximo do Montijo num período em que é necessário aproveitar todos os apoios disponíveis para o financiamento de projectos no nosso concelho”, dizem os vereadores do PSD do Montijo. 
A bancada da CDU, composta por Carlos Jorge de Almeida e Ana Baliza, criticaram duramente as políticas socialistas no Montijo e explicam porque votaram contra o orçamento. “Tendo reprovado por duas vezes, as propostas de documentos previsionais para 2015”, não existiu até à reunião desta quarta-feira “revisão ou alteração orçamental proposta pela gestão em exercício – no sentido de adaptar o orçamento de 2014 a 2015 – que não fosse viabilizada com a abstenção da CDU”, justificaram os comunistas.

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