Luís Ferreira apresentou livro em Alcochete

“Diário de Xavier Lopes” conhecido na Biblioteca municipal

A Biblioteca de Alcochete, para muitos conhecida como a “casa dos sonhos” foi, mais uma vez, o local escolhido pelo escritor Luís Ferreira para apresentar o seu último livro, intitulado “Diário de Xavier Lopes”. Entre familiares, amigos e caminheiros, a sala multiusos foi pequena demais para acolher aqueles que quiseram marcar presença neste dia tão especial para este autor que já se sente como “um filho da terra”. “Desde que vim para aqui morar, fiz sempre questão de lançar as minhas obras em Alcochete. Poderia fazê-lo numa livraria ou num superfície comercial, mas, decidi fazê-lo aqui porque foi nesta “casa” que aprendi a realizar os meus sonhos, ainda quando escrevia poesia e, mais tarde, quando comecei a escrever em prosa. De facto, esta é uma “casa“ especial para mim e enquanto editar livros, farei sempre questão de os lançar neste espaço”, referiu Luís Ferreira.
Escritor residente em Alcochete lança mais um livro 

“Momentos…” (2010), “Rosas & Espinhos” (2010), “O Céu também tem degraus” (2011) e “Entre o Silêncio das Pedras” (2013) foram os títulos lançados por Luís Ferreira na Biblioteca de Alcochete, sendo que, este último foi reeditado este ano, já chegou a países como Argentina, Brasil, França e Alemanha e, brevemente, terá uma tradução em castelhano.
Também o presidente da Câmara Municipal, Luís Miguel Franco, salientou o papel que a Biblioteca de Alcochete tem assumido na vivência cultural local, desde a sua inauguração, em 2008. “É com enorme prazer que a Biblioteca tem, ao longo destes sucessivos anos, acolhido iniciativas desta natureza. A Biblioteca não foi pensada apenas para ser um espaço de silêncio absoluto, de folhear incessante de livros, mas também, para se assumir como um espaço vivido, de alegria e de criação. E o Luís, ao longo das iniciativas que tem promovido, tem criado esta ambiência e vivência que estamos a sentir”, referiu.
“O Luís é apreciado pelo seu talento natural para a escrita e, ainda mais apreciado pela sua dimensão humana e, diria ainda que, se continuar a ser prolixa esta veia criadora, em breve teremos novidades”, salientou Luís Miguel Franco sobre o autor.
Na cerimónia estiveram ainda presentes a vereadora Susana Custódio e o vereador Jorge Giro que iniciou a cerimónia, recordando que o autor, no seu último romance, teve Alcochete como uma das suas fontes de inspiração. “Estou curioso e expectante para começar a ler este livro que, de certeza, não vai defraudar expectativas, aliás, como todas as suas restantes obras”, sublinhou já a propósito do “Diário de Xavier Lopes”.

Xavier Lopes, um peregrino no caminho de Santiago de Compostela
Música acompanhou apresentação do Diário de Xavier Lopes 
“Iniciei a minha carreira literária a escrever poesia; já escrevi contos; a última vez que estive nesta sala foi com um romance e, hoje, apresento um livro de auto-ajuda”, referiu Luís Ferreira que, numa breve retrospetiva ao seu percurso, confessou: “Ainda me sinto muito pequeno, mas, se vou conquistando o meu espaço literário é porque existem pessoas que acreditam em mim e que gostam do que escrevo”.
Noventa e nove pensamentos dão corpo a este diário que, segundo recomenda o autor, não é para “ler de fio a pavio”, mas antes, para “ler, pensar e refletir sobre estas palavras”. O diário deste misterioso peregrino, de nome Xavier Lopes, foi escrito por Luís Ferreira durante o seu último caminho, desde Oviedo a Santiago de Compostela (o chamado caminho primitivo), realizado durante quinze dias e que deixou na bagagem mais um caminho realizado com 344km.
“Cada vez que faço um caminho de Santiago, por uma rota diferente, tenho sempre um caderno comigo e, ao longo do percurso, vou tomando notas sobre o que vejo e o que sinto. (…) Este é um livro completamente diferente que reúne alguns dos meus pensamentos, mas também alguns de autoria anónima que fui encontrando ao longo do caminho. Quem faz o caminho de Santiago sabe que, ao virar da esquina, podemos encontrar uma frase escrita algures que nos obriga a parar e a refletir”, explicou.
Capital Books é a editora que dá a chancela a esta última obra de Luís Ferreira e que, nesta iniciativa em Alcochete, esteve representada por Tiago Leal. Na sua intervenção, Tiago Leal definiu Xavier Lopes “como um símbolo do próprio caminho, um peregrino que entende o caminho como se fosse a sua própria vida”.
“O caminho é composto por todas as etapas que encontramos na vida – as dificuldades, as alegrias e as tristezas, o cansaço… - e tudo o que aprendemos podemos replicar na nossa vida”, salientou Tiago Leal que recomendou ainda a leitura deste livro “com espírito de peregrino”.
A apresentação do “Diário de Xavier Lopes” integrou ainda dois momentos musicais protagonizados por Tiago Morais, com gaita-de-foles, e Carla Santos, com violino.

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