Julgamento de antigos trabalhadores da Siderurgia

Testemunhas ouvidas pela primeira vez em processo que começou há 13 anos

O julgamento do processo interposto por trabalhadores despedidos da Siderurgia Nacional Serviços, no Seixal, em 2001, foi retomado no Tribunal do Barreiro, com a audição de testemunhas dos autores e dos réus. O julgamento iniciou-se no Tribunal do Barreiro no dia 21 de Setembro deste ano, depois de cerca de 13 anos da entrada do processo, mas em Outubro a audiência que estava agendada acabou por ser adiada devido à substituição de um advogado, com o julgamento a ser retomado esta semana. 
Trabalhadores despedidos em 2001 ainda estão à espera de justiça 

“É um alívio que o julgamento tenha sido hoje retomado dentro da normalidade, pois este processo, com os anos que já leva e os vários adiamentos, causa muita tensão em todos nós”, disse António Fernandes, representante dos trabalhadores que avançaram com o processo.
Segundo explicou o responsável, foram despedidos da Siderurgia Nacional Serviços 200 trabalhadores, que assinaram, em 2001, a rescisão dos seus contratos, no quadro do encerramento da actividade siderúrgica da empresa pública, com a promessa de que entre seis meses a um ano depois frequentariam cursos de formação profissional e seriam integrados em novas empresas.
Como tal não aconteceu, mais de 100 daqueles trabalhadores avançaram com um processo em tribunal há cerca de 13 anos, mas algumas dezenas de autores, entretanto, já desistiram do processo.
António Fernandes referiu que os trabalhadores que avançaram com o processo acreditam que vão vencer a acção.
“No dia de já foram ouvidas testemunhas dos autores e testemunhas dos réus. Nós não temos dúvidas que vamos ganhar este processo”, defendeu.
Este processo judicial tem sido conturbado e com algumas peripécias, chegando a tribunal quase 12 anos depois, em 2013.
"Por duas vezes foi considerado fora de prazo em primeira instância pelo Tribunal de Almada, o que não percebemos. Recorremos depois para a Relação, que mandou o processo para primeira instância e fomos a julgamento em Janeiro de 2013", disse um dos muitos trabalhadores despedidos da Siderurgia Nacional, no Seixal, em 2001. A verdade é que o processo voltou a encontrar demoras e, quase 15 anos depois, ainda anda nos tribunais à espera de uma decisão. "Espero que seja agora", disse um dos trabalhadores.


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