Alentejo Litoral com plano de desenvolvimento até 2020

Turismo, porto de Sines e valorização dos recursos locais na linha da frente do desenvolvimento

A Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral apresentou esta semana, em Sines, o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Alentejo Litoral 2020. Este plano surge no âmbito do repto lançado pelo Governo e pela União Europeia para que as regiões preparem as suas estratégias de desenvolvimento no horizonte do novo quadro comunitário 2020. O  documento de desenvolvimento preparado por Augusto Mateus aponta para valorização dos recursos naturais e humanos através da qualificação das pessoas, como agrícolas, com destaque para o vinho e o azeite. O programa não dispensa acessibilidades como o comboio até Espanha e na aposta do turismo como marca própria. De acordo com Vítor Proença, presidente da  Comunidade Intermunicipal , “no Alentejo Litoral empreendeu-se, de forma absolutamente consensual, um processo de amplo envolvimento das entidades do território, quer públicas quer privadas, bem como das associações sectoriais e da sociedade civil. Essa participação alargada, que se estendeu por cerca de dois anos, gerou expectativas e criou uma dinâmica de compromisso entre todos”. 
Turismo e produtos locais são eixos estratégicos de desenvolvimento 


O desenvolvimento do Alentejo Litoral até 2020 vai passar, sobretudo, pelo investimento no turismo e promoção do destino na Europa, no reforço do polo industrial em torno do porto de Sines e na valorização dos recursos locais, tanto humanos, através da qualificação das pessoas, como agrícolas, com destaque para o vinho e o azeite.
Os três eixos principais da estratégia alentejana constam do plano de desenvolvimento do Alentejo Litoral até 2020, elaborado por Augusto Mateus para a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), que integra os municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines, do distrito de Setúbal e Odemira, em Beja. O documento foi apresentado na terça-feira em Sines.
Embora as prioridades contidas no programa Portugal 2020, para co-financiamento europeu ao abrigo do novo Quadro Comunitário de Apoio  sejam a “competitividade e a internacionalização”, como sublinhou o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro Almeida, também presente em Sines, o plano estratégico não dispensa o investimento em acessibilidades rodoferroviárias, como é o caso do comboio de Sines para Espanha, há muito reivindicado.
“O Alentejo não tem estradas a mais, temos poucas e de fraca qualidade”, afirmou o chefe do Executivo Municipal de Sines, considerando “cada vez mais injustificável” que não se avance com a construção da ligação ferroviária Sines-Elvas. Nuno Mascarenhas, disse ainda esperar “que o novo presidente da REFER atenda a esta questão”.
A necessidade do investimento no comboio de mercadorias foi defendida por autarcas e pelo presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve. “A ferrovia é essencial” para o porto de Sines, que “concorre no plano internacional” com portos ibéricos, disse João Franco.

Promover região na Europa com identidade local 
Região quer afirmar-se como destino de excelência na Europa
O presidente da CIMAL e autarca de Alcácer do Sal, Vítor Proença, acrescentou que a ligação ferroviária é “urgente” e que as acessibilidades rodoviárias são também “determinantes para a rapidez, segurança e competitividade” do território.
De acordo com Vítor Proença, “no Alentejo Litoral empreendeu-se, de forma absolutamente consensual, um processo de amplo envolvimento das entidades do território, quer públicas quer privadas, bem como das associações sectoriais e da sociedade civil. Essa participação alargada, que se estendeu por cerca de dois anos, gerou expectativas e criou uma dinâmica de compromisso entre todos”.
O também presidente do município de Alcácer do Sal  acrescentou ainda que “o desenvolvimento económico e social é o garante de mais coesão e qualidade de vida e, nesse sentido, todos são essenciais neste processo, desde os poderes públicos, aos empresários e a sociedade civil”.
O presidente da CIMAL defende uma aposta nos produtos agrícolas e agro-alimentares, nos produtos florestais e silvícolas, mas também aos recursos do mar”. O Porto de Sines e o complexo industrial “têm um efeito polarizador e multiplicador, de arrastamento de toda a região nomeadamente em termos de emprego e de contributo para o PIB. Não podemos, igualmente, esquecer o turismo, onde o Alentejo Litoral se tem afirmado e com sucesso. A estruturação dos produtos turísticos é bastante relevante para a afirmação regional”, acrescentou Vítor Proença.
  Já quanto à aposta no turismo, o responsável pelo plano, Augusto Mateus, explicou que a estratégia turística para o litoral alentejano não é “fazer um Algarve serôdio, nem uma Madeira Maior”, mas promover externamente, sobretudo na Europa, um “produto novo” construído com a identidade local.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional afirmou que o programa Portugal 2020 passou, este mês, da fase de planeamento para a concretização, prevendo para “meados do mês” a abertura do concurso público em que as comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas devem apresentar as propostas “correspondentes a 75  por cento” do total dos projectos dos seus planos de desenvolvimento e coesão.
Manuel Castro Almeida lembrou que o novo Quadro Comunitário de Apoio representa um envelope financeiro de 21,5 mil milhões de euros para o Alentejo, num crescimento de 27 por cento relativamente ao quadro comunitário que está a terminar.
Uma vez que o Plano Estratégico corresponde a uma visão para o Alentejo Litoral, não sendo um plano para a absorção de fundos comunitários, o documento assinado enumera um "conjunto de compromissos assumidos" por todas as entidades no sentido de todas trabalharem para "um Alentejo Litoral mais coeso, mais sustentável e mais inclusivo, tirando maior partido das suas potencialidades endógenas e robustecendo a identidade sub-regional", lê-se no documento.

Agência de Notícias



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