Polícias suspeitos da morte de homem em Setúbal

PSP quer identificar polícias no caso do homem que morreu em Setúbal

A Polícia Judiciária de Setúbal está a investigar as circunstâncias da morte de um homem que terá sido agredido com violência, sexta-feira da semana passada, nas imediações da estação ferroviária de Setúbal, disseram à Lusa amigos da família. Segundo as mesmas fontes, o homem agredido, com cerca de 30 anos, já se encontrava em estado de coma quando foi assistido por uma equipa de emergência médica. Sabe-se que o homem foi filmado por câmara de videovigilância a falar com dois agentes da Brigada de Intervenção Rápida. A vítima terá morrido de uma pancada na cabeça. A PSP diz que já abriu um processo de averiguações para, segundo explicou o subintendente Paulo Flor, porta-voz da instituição, apurar os contornos da intervenção policial e identificar quem esteve de serviço nessa noite. 
Homem terá sido agredido junto à Estação de Setúbal 

A Polícia Judiciária está a investigar as circunstâncias em que ocorreu a morte de Nuno Pires, vítima de uma alegada agressão, com forte pancada na cabeça, junto à estação de comboios de Setúbal, próximo da Praça do Brasil, na madrugada de 19 de Fevereiro. Segundo avança a SIC, o homem foi visto momentos antes a conversar com dois agentes da PSP - Brigada de Intervenção Rápida - tendo o encontro sido filmado por uma câmara de videovigilância da estação ferroviária. 
Pouco depois, envia um sms a uma amiga – que deixara em casa poucos minutos antes e com quem passara a noite nos bares da avenida Luísa Todi – queixando-se de ter levado uma "cacetada" na cabeça, na sequência de uma operação da PSP junto à estação.
Fonte policial garante que as imagens ainda terão que ser visualizadas para se apurar quem eram os dois agentes que estavam a conversar com Nuno Pires, na casa dos 30 anos. Já ferido, ainda terá tentado telefonar para a amiga, tendo procurado chegar a casa, mas viria a ser encontrado numa rotunda junto à estação dos caminhos-de-ferro de Setúbal, por uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que passava no local. Apesar dos esforços da equipa do INEM o homem não dava sinais de melhoras. Foi transportado já em estado de coma  para o Hospital de São Bernardo, em Setúbal e transferido, pouco depois, para o hospital Garcia de Orta, em Almada, onde acabou por morrer no domingo.
A PSP revela que o vídeo disponível não indicia a existência de qualquer tipo de violência na zona da estação, nem há registo de ter havido alguma intervenção policial nessa noite "junto à estação de comboios ou nas suas imediações". Todavia, ressalva, em comunicado: "Com ligação à PSP ou se ela, naturalmente que lamentamos a morte do rapaz".
"Nesta fase só podemos dizer que temos conhecimento de que está a haver uma investigação da PJ e estamos do lado dessa investigação com a qual vamos colaborar. Até porque o caso ocorreu na nossa área de responsabilidade e queremos perceber de que forma foi", acrescenta a PSP.

PSP quer identificar polícias
O porta-voz da PSP, Paulo Flor, admitiu que há imagens de videovigilância em que aparecem dois elementos da PSP junto da vítima e que tudo indica que esses dois elementos pertencem ao Comando Distrital de Setúbal, mas assegurou que, até ao momento, a PSP ainda não dispõe de qualquer informação que permita relacionar a morte do jovem com uma intervenção policial.
“Por muitas suspeitas que possam existir – e naturalmente que existirão -,aquilo que nós sabemos é que há uma interação entre dois polícias e o jovem, que tudo indica tratar-se do rapaz que veio a falecer. Mas não há nada, ainda, que ligue inequivocamente a morte deste cidadão a uma intervenção da Polícia de Segurança Pública”, acrescentou o porta-voz da PSP.
A PSP diz ainda que já abriu um processo de averiguações para, segundo explicou  o subintendente Paulo Flor, porta-voz da instituição, apurar os contornos da intervenção policial e identificar quem esteve de serviço nessa noite. E, caso sejam recolhidos indícios do envolvimento de agentes na agressão e de que essa agressão causou a morte de Nuno Pires, serão abertos processos disciplinares.
 A Polícia Judiciária de Setúbal  limita-se a confirmar, escreve o Diário de Notícias, que está a averiguar a ocorrência desde segunda-feira, dia em que o processo lhe chegou às mãos.
A zona onde decorreu a intervenção policial está referenciada pela Polícia como problemática, porque ali ocorrem com frequência roubos, furtos e desacatos sobretudo durante a noite.
A vítima vivia e trabalhava em Setúbal, onde era conhecida entre os amigos por "Fantasma", tendo vindo a ser alvo de várias homenagens nas redes sociais ao longo dos últimos dias. Foi a sepultar na terça-feira.

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