Terminal do Barreiro relança novas pontes na região

Barreiro e Seixal defendem construção de pontes com a vinda do terminal 

Agência Portuguesa do Ambiente recebeu pareceres e recomendações das autarquias do Barreiro e do Seixal a sublinhar a necessidade de construir pontes e estradas em torno do terminal. O projecto do Governo para o novo terminal de contentores do Barreiro deu um novo fôlego para os autarcas do distrito de Setúbal voltarem a exigir a construção de várias pontes no estuário do Tejo, de ligação entre o Montijo, Barreiro, Seixal e Almada. Trata-se de uma aspiração de há várias décadas, reavivada com a construção da Ponte Vasco da Gama, em 1998, nunca satisfeita. Há cerca de dois anos, a Lusoponte apresentou uma proposta às autarquias interessadas que não vingou. Mas com a deslocação do terminal de contentores da capital para a cidade do Barreiro, as pontes [e até um túnel] voltam a estar na ordem da agenda política da região.
Terminal de contentores no Barreiro pode trazer novas pontes  

As autarquias do Barreiro e do Seixal voltaram a pedir ligações e infraestruturas entre os municípios da margem sul do Tejo. Para emitir um parecer sobre a proposta de definição de âmbito (PDA) de um estudo de impacto ambiental (EIA) para o novo terminal no Barreiro a APA - Agência Portuguesa do Ambiente solicitou a opinião a diversas entidades externas. Na resposta, a Câmara do Barreiro sublinhou que "a importância da concretização de ligações rodoviárias transversais entre o Barreiro e os concelhos adjacentes - como sejam a ligação Barreiro-Seixal e as extensões para os territórios a nascente (Moita) e a poente (Almada) ou mesmo uma eventual ligação directa Barreiro-Montijo sai reforçada". A autarquia presidida por Carlos Humberto assinala ainda a necessidade de "despender particular atenção às obras de beneficiação a desenvolver" no IC21, "em toda a sua extensão, de modo a acautelar o incremento de tráfego expectável, em especial de veículos pesados, com origem e destino no futuro terminal de contentores do Barreiro e no pólo empresarial e logístico que será desenvolvido na sua envolvente".
A Câmara do Barreiro tenta até recuperar o ‘dossier' da Terceira Travessia do Tejo, projecto que foi suspenso pelo actual Governo em 2011. "Em fase de EIA devem ser ponderados alguns aspectos base da PDA que não são descritos de forma rigorosa, designadamente a referência à Terceira Travessia do Tejo Barreiro/Lisboa que, actualmente, continua a ser uma infra-estrutura metropolitana considerada no modelo territorial de desenvolvimento da AML [Área Metropolitana de Lisboa] e, por esse motivo, deve estar bem presente em todos os trabalhos a realizar no território em causa", defende o parecer da autarquia do Barreiro enviado à APA.
Em consulta pública da PDA do terminal de contentores do Barreiro, também a Câmara do Seixal insistiu na necessidade de construir pontes entre os dois municípios. Em carta enviada à APA, o presidente da autarquia, Joaquim Santos, reafirma "a necessidade de maximizar a influência do projecto do terminal de contentores do Barreiro com a concretização da ponte Seixal/Barreiro, no quadro das acessibilidades rodoviárias preconizadas, permitindo induzir maior procura sobre os 505 hectares, actualmente expectantes, que constituem, o território da área da ex-Siderurgia Nacional, onde cerca de 400 hectares são propriedade do Estado português".
O autarca do Seixal realça  nessa carta que "a construção da ponte Seixal/Barreiro concorrerá de forma fundamental, permitindo não só o fecho da malha viária, como também garantir a promoção de dinâmicas associados ao desenvolvimento económico, social e ambiental".

Ligação ao Montijo também na agenda política 
A ligação entre o Barreiro e o Montijo é uma revindicação antiga das autarquias da região e volta agora à agenda das autarquias do distrito. Já se fizeram projetos e traçados, já se apontou a pontes e rodovias para ligar as duas cidades do Tejo mas, até agora, nada avançou no terreno. Agora, o presidente da Câmara do Montijo sugere que a ligação seja feita em túnel. Uma ideia que agrada aos presidentes das câmaras da Moita e do Barreiro. O chefe do executivo da Moita, Rui Garcia, já disse que “essa foi a posição que nós tivemos desde o principio. O projeto que a Lusoponte nos apresentou há alguns anos atrás, mereceu-nos muitas reservas do ponto de vista de impactos ambientais". Carlos Humberto, presidente da Câmara do Barreiro, refere que “a hipótese por túnel não o desagrada, demonstrando abertura para conversa sobre o assunto”. Quem não gosta da ideia de túnel é a distrital social-democrata que prefere que a ligação seja feita em via rodoviária, através da Base do Montijo.

Agência de Notícias

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