Greve dos enfermeiros com enorme adesão em Setúbal

Enfermeiros voltam a parar hospitais do distrito 

A greve dos enfermeiros, em protesto pelos cortes salariais, na última sexta-feira, registou uma “enorme adesão nos hospitais e centros de saúde do distrito de Setúbal”, afirmou, em comunicado, a União dos Sindicatos de Setúbal. De acordo com a Comissão Executiva daquele sindicato, no turno da noite, à exceção do hospital de Setúbal (68,3 por cento), registou-se uma adesão à greve superior a 85 por cento em todos os hospitais do distrito de Setúbal. Já no turno da manhã, o sindicato refere que no Hospital do Barreiro a adesão à greve foi de 83 por cento, no Hospital de São Bernardo de 71,3 por cento, no Hospital do Otão de 64 por cento, no Hospital do Litoral Alentejano de 87,9 e no Hospital Garcia de Orta de 85,7 por cento. 
Sindicato reclama contratação de mais enfermeiros 


“Mais uma vez os enfermeiros aderiram massivamente à greve contra a aplicação das 40 horas semanais e do facto de ficarem privados dos descansos a que têm direito e que são absolutamente necessários à prestação de cuidados em segurança para os utentes; sendo recorrente que estes enfermeiros apenas folguem 2 vezes por mês”, refere a Comissão Executiva da União dos Sindicatos de Setúbal
“Aos enfermeiros que trabalham por turnos, o governo PSD/CDS-PP, por via do ministério da Saúde insiste em manter o corte adicional de 50% nas horas de qualidade, corte supostamente vigente apenas por um ano mas que o orçamento de estado para 2015 pretende manter em vigor. Continuando também deste modo a discriminar salarialmente, os milhares de enfermeiros em Contrato Individual de trabalho”, acrescenta o comunicado.
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, classificou como "lamentável" a greve nacional dos enfermeiros, tendo em conta o cenário que se vive nalguns hospitais devido ao surto de legionella em Vila Franca de Xira.
Paulo Macedo, que reforçou a ideia de que há “uma banalização da greve”, lembrou que houve na quinta-feira uma reunião de negociação com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, indicando que uma nova ronda negocial já está agendada.
Sobre os principais motivos da greve, o ministro disse que há questões que não são matéria a ser resolvida pelo Ministério da Saúde, como o caso da reposição das 35 horas de trabalho semanais.
Em relação à contratação de mais enfermeiros e à evolução da carreira, "há ainda margem para progredir na negociação com os sindicalistas", afirmou Paulo Macedo, que falava à margem da assinatura de um acordo com a indústria farmacêutica em Lisboa.

Agência de Notícias

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