Vinhos da Península de Setúbal conquistam China

Vinhos de Setúbal querem conquistar China, Brasil e Angola 

Os vinhos da Península de Setúbal estão "de olhos postos no emergente mercado chinês". Oito produtores da região vitivinícola da Península de Setúbal viajaram esta semana para a China com o objectivo de promover as relações comerciais com importadores, distribuidores e profissionais do sector. Shenzhen, uma das mais importantes e populosas cidades chinesas, foi a primeira paragem dos vinhos de Setúbal, onde decorreu no dia 26 de Maio, uma prova exclusiva dos vinhos da região para mais de 200 profissionais. As acções de promoção continuam em Hong Kong, na VINEXPO – Asia-Pasifc, uma das maiores feiras asiáticas do sector, que decorre entre os dias 27 e 29 de Maio. A Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal  elegeu a China, o Brasil e Angola como países estratégicos para o plano de promoção internacional para 2014 e 2015.

Vinhos de Setúbal há prova em Shenzhen, na China 

No conjunto, estes três países representaram, no ano passado, um valor na ordem dos 133 milhões de euros para as exportações de vinhos portugueses, 42,5 por cento do valor total das exportações para países terceiros. A  Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal (CVRPS) prevê investir um milhão de euros no plano estratégico de promoção internacional 2014/2015, estimando-se que 20 por cento desse orçamento se destine à China, 45 por cento ao Brasil e 35 por cento a Angola.
Com o objectivo de promover as relações comerciais com importadores, distribuidores e profissionais do sector, oito produtores da CVRPS viajaram esta semana para a China, com paragens em Shenzhen e Hong Kong. "O plano de promoção da CVRPS é ambicioso. Temos em marcha um conjunto de acções nestes três países que englobam presenças em importantes eventos e feiras do sector, acções de ‘merchandising', acções de formação, provas e visitas à região de jornalistas e críticos provenientes dos três países", assegura Henrique Soares, presidente da CVRPS. Segundo dados do IVV - Instituto da Vinha e do Vinho, o mercado chinês representou em 2013, 11 milhões de euros para as exportações de vinhos portugueses.

“2013 foi um ano marcante para a região” 
Comissão premiou os melhores vinhos da região de Setúbal 
O presidente da CVRPS considera que “2013 foi um ano marcante para a região” e, durante a cerimónia de entrega dos prémios XIV Concurso de Vinhos da Península de Setúbal, na Pousada de Palmela, aproveitou para partilhar alguns números que demonstram a evolução do sector dos vinhos na região no ano passado. Henrique Soares destacou o crescimento global da certificação de 17,5 por cento, “tendo-se atingido máximos históricos em todas as categorias de vinho”, os 35 milhões de garrafas de vinho comercializadas com as Denominações de Origem (DO) Setúbal e Palmela e com Indicação Geográfica (IG) Península de Setúbal, o “máximo histórico” de 70 por cento da produção comercializada com DO e IG, colocando a região “no pódio das regiões vinícolas com melhor rácio certificação/produção”, ou ainda os mais de cinco milhões de litros exportados nos mercados de países terceiros (externos à União Europeia), em que se destacaram Angola, Brasil, China e Canadá.
“O investimento na plantação de novas vinhas continua em bom ritmo e é uma enorme evidência da confiança que existe quanto ao futuro da vitivinicultura na região”, considera. Entre 2009 e 2013, foram investidos cerca de 6 milhões de euros na reestruturação das vinhas da região (128 candidaturas), correspondendo à melhoria de cerca de 700 hectares de vinhedos, diz a comissão.
Na opinião do presidente da CVRPS, o desafio que se coloca aos produtores nos próximos anos passa por “tentar valorizar melhor os vinhos”. “A região está muito bem comercialmente, o percurso que temos feito é muito bom, mas temos a noção de que precisamos de conseguir vender melhor, ou seja, vender os vinhos um pouco mais caros, para que os produtores possam ter maior retorno pelos vinhos e quem produz só uvas também possa ter mais algum retorno pelas uvas”, defendeu.


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