Novo cais no Seixal "segura" Siderurgia Nacional

Cais permitirá o escoamento dos produtos da  Siderurgia Nacional com menores custos 

A Siderurgia Nacional, controlada pela Megasa - Metalurgia Galaica SA, prevê reduzir de forma significativa os custos após a reactivação do cais do Seixal, um dos investimentos considerado prioritário pelo GTIEVA -Grupo de Trabalho para as Infra-estruturas de Elevado Valor Acrescentado apresentado no fim de Janeiro, e pelo PETI - Plano Estratégico de Transportes e Infra-estruturas, anunciado pelo Governo a 3 de Abril, escreve hoje o Diário Económico. 


Novo Cais do Seixal ajuda a escoar mercadoria da Siderurgia Nacional

Segundo aquele jornal, "a operacionalização do cais do Seixal permitirá o escoamento duma parte significativa dos seus produtos, com menores custos por ser um cais junto da fábrica e evitando desse modo o custo de transporte a uma distância de cerca de 40 quilómetros, para o porto de Setúbal, e aumenta a prontidão e flexibilidade de resposta a fornecimentos para os países do Mediterrâneo, Norte de África e Europa", revelou  fonte da administração da Siderurgia Nacional (SN).
Este investimento está avaliado em cerca de seis milhões de euros, devendo estar concluído até 2016. Após a reactivação, o cais terá uma capacidade de movimentação de 500 mil toneladas anuais de mercadorias. "A operacionalização do cais do Seixal é, pelas razões indicadas, uma necessidade à competitividade da Siderurgia, quer pelo factor-custo, quer pela qualidade de serviço que possibilita no fornecimento aos nossos clientes", justifica a mesma fonte ao jornal Diário Económico.
A Siderurgia Nacional, em Paio Pires, Seixal, produziu 1,1 milhões de toneladas de produtos em 2013, 80 por cento para exportação. Desse total, cerca de 60 por cento foram exportados por via marítima.
Assim, "a disponibilidade para utilização do cais do Seixal pela Siderurgia constava do processo de privatização como um factor de acréscimo de valor considerado na mesma, o que constitui uma possibilidade que não se manteve assegurada como previsto", diz a administração da empresa.

Siderurgia Nacional ameaçou sair de Portugal 
A Megasa ganhou a privatização da SN em 2002. Em 2013, a família Freire, que controla a metalúrgica, fez saber ao Governo português que poderia iniciar a deslocalização das fábricas do Seixal e da Maia para Espanha, justificando que os preços de energia no país vizinho eram inferiores entre 35 e 50 por cento aos praticados em Portugal.
"A SN Seixal opera num contexto de elevada concorrência internacional, pelo que a optimização de todos os factores de custo são importantes para assegurar a sua competitividade e consequentemente a sua sustentabilidade", revela a administração da SN. No entanto, escreve o Diário Económico, essa fase parece ultrapassada. "A inclusão da reactivação do cais do Seixal, no GTIEVA, corresponde à avaliação do seu interesse como projectos prioritários, por parte das entidades que constituíram esse grupo e a quem a Siderurgia, como parte interessada, manifesta o seu interesse e apoio".
A administração da SN adiantou ainda que a fábrica do Seixal, "enquanto empresa instalada em área contígua ao cais (...), tem todo o interesse em poder utilizá-lo, sendo que incumbe à APL [Administração do Porto de Lisboa] e Baía do Tejo [Parpública] enquanto empresas públicas, assegurar o seu funcionamento em consequência do interesse económico para a Siderurgia e para o País, na medida em que permita consolidar as exportações nacionais de forma sustentável".
O cais do Seixal pertence à APL, mas está concessionado à Baía do Tejo.
Além da requalificação do cais da SN no Seixal, o PETI identificou mais 18 investimentos prioritários no sector marítimo-portuário. A novidade face ao relatório do GTIEVA é o projecto de navegabilidade e descontaminação do estuário do Tejo, entre Seixal e Alhandra, um investimento de 50 milhões de euros, que também deverá concluir-se até 2016.


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