Hércules deixa marcas e prejuízos na Costa de Caparica

Capitania “devolve” frente ribeirinha da Costa de Caparica ás pessoas

Os restaurantes das praias da Costa de Caparica, em Almada, foram dos mais prejudicados pelo mau tempo dos últimos dias, quer devido à água que entrou nos estabelecimentos devido à forte ondulação, quer pela impossibilidade de estarem a funcionar. Com o tempo a melhorar, a Capitania do Porto de Lisboa levantou ontem a interdição de acesso ao paredão da frente urbana, entre as praias de São João e a Praia Nova. 


Mar galgou paredão da Costa de Caparica na segunda-feira 

"Tive prejuízos provocados pela entrada de água no restaurante, que nos deixou sem energia elétrica, e vou ter ainda mais prejuízos porque estamos impedidos de trabalhar nestes dias", disse à Lusa António Ramos, proprietário do restaurante "Barbas", na Costa da Caparica.
António Ramos disse que não tem ainda “uma estimativa dos prejuízos”, mas calculou que são “significativos”, não só pela água que entrou no restaurante mas também pelo facto de estarmos impedidos de trabalhar, são prejuízos significativos", acrescentou.
Apesar das previsões favoráveis, António Ramos não vislumbra nenhuma melhoria no estado do mar nas últimas horas e receia um agravamento da situação. "Estou há 48 anos na Costa de Caparica e nunca vi uma coisa igual”, lembrou o empresário. 
Acesso ao paredão da Costa de Caparica reaberto
Felizmente o tempo “serenou” durante o dia de ontem e a capitania do Porto de Lisboa já levantou a proibição ao acesso à frente ribeirinha da Costa de Caparica.
Segundo disse o comandante Cruz Gomes, adjunto do capitão do Porto de Lisboa, na preia-mar, registada às 8 horas de ontem, "houve apenas alguns salpicos no paredão", dado que as condições de mar têm vindo a melhorar, pelo que já não se justifica a interdição decretada na segunda-feira ao final da tarde.
Cruz Gomes lembrou, ainda, que as previsões apontam para uma evolução favorável do estado do mar, com uma diminuição significativa da ondulação que se verificou nos últimos dias na ordem dos sete a oito metros.
A circulação de pessoas foi proibida no paredão da frente urbana da Costa de Caparica, em Almada, devido à agitação marítima. De acordo com a mesma fonte, os restaurantes e bares daquela zona foram encerrados, por precaução.
Os cordões dunares das praias de São João e Fonte da Telha, na Costa de Caparica, Almada, foram também afectados pelo mau tempo de segunda-feira.

Pessoas que desafiam a natureza
Apesar do perigo há quem se aproxime das ondas 
Os avisos da autoridade marítima e da Proteção Civil para que as pessoas se afastem das zonas ribeirinhas mais perigosas não demoveram centenas de pessoas que quiseram ver o mar de perto, aproveitando a maré baixa da manhã, em que, teoricamente, o perigo era bem mais reduzido. Foi o caso de Vasco Gomes e da mulher, que vieram do Seixal para ver o rebentamento das ondas nas praias da Caparica.
"Não tenho tanto receio porque a maré está vazia. Sei que infringi as regras de segurança por andar na zona vedada. É a curiosidade, que às vezes leva a alguns incidentes", admitiu.

Embarcações ainda há deriva
Na Cova do Vapor, a forte ondulação que se verificou ao final da tarde de segunda-feira arrastou alguns detritos para a estrada ribeirinha e danificou três ou quatro pequenas embarcações que não foram retiradas da água a tempo, sendo que uma delas ainda poderá andar à deriva no estuário do Tejo, pelo que já foi feito um aviso à navegação pela Capitania do porto de Lisboa.
Segundo pescadores da localidade, nunca se viu uma ondulação tão forte naquela zona e as consequências só não foram mais graves graças ao novo esporão, construído o ano passado.

Agência de Notícias
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