Despedimento coletivo na Schnellecke preocupa PCP


Comunistas reclamam intervenção do Governo nesta matéria

O PCP acusa os responsáveis da empresa Schnellecke Portugal, no Parque Industrial da Autoeuropa, em Palmela, de terem iniciado um processo de despedimento coletivo e de, “ao mesmo tempo que o entregavam à Comissão de Trabalhadores, com a indicação de pretenderem despedir dez trabalhadores de diversas categorias profissionais, selecionaram e colocaram na rua os dez trabalhadores, alguns acompanhados de um segurança”. No entanto, por ordem do tribunal, um dos trabalhadores voltou à empresa mas o sindicato teme a dispensa de mais de 120 trabalhares em breve.  

PCP contra despedimento colectivo na empresa 
O PCP fala, por isso, de uma “situação irregular”. Para a qual o SITE SUL – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul – já solicitou a intervenção da ACT Setúbal / Autoridade para as Condições de Trabalho, a acontecer “o mais brevemente possível”.
“Esta atitude de selecionar e colocar os trabalhadores na rua, antes do início da negociação, vicia o processo negocial porque, a partir deste momento, nada existe para se negociar, apenas e só a feitura da ata para a empresa consumar o despedimento”, consideram os comunistas.
Nesse sentido, “os deputados do PCP, Bruno Dias, Francisco Lopes e José Alberto Lourenço, quiseram saber que conhecimento tem o Governo acerca desta situação, qual o acompanhamento da ACT em relação ao cumprimento dos direitos dos trabalhadores na empresa e, na sequência de ações já desenvolvidas, quais os seus resultados”.

Um dos dez operários dispensados da Schnellecke foi reintegrado
O Sindicato Nacional da Indústria e da Energia (Sindel) indica que um dos dez operários da Schnellecke Portugal que foram dispensados no início do mês foi readmitido na empresa por ordem do tribunal, sendo que o processo que levou ao despedimento coletivo vai ser levado a tribunal pelo sindicato pelas “ilegalidades demonstradas”. Rui Miranda, dirigente sindical do Sindel, admite tentar chegar “a um consenso com a administração da empresa para salvaguardar os postos de trabalho”.
“A Schnellecke não é a única empresa que passa por dificuldades neste momento mas muitas outras aceitam as sugestões do sindicato para diminuir o impacto social da crise”, prossegue o sindicalista. O Sindel vai avançar com um processo no tribunal contra a empresa já que esta apenas aceitou negociar com o sindicato após ter avançado com o despedimento coletivo.
 “A empresa aceitou a negociação, embora só para o futuro, já que o atual processo de despedimento colectivo, é para a Schnellecke irreversível”, frisa Rui Miranda, acrescentando a possibilidade de serem ainda dispensados mais 120 trabalhadores nos próximos meses. O despedimento coletivo que a Schnellecke levou a cabo no início do mês tem para o sindicato um caráter seletivo, “tendo em conta os critérios utilizados pela empresa e a escolha dos trabalhadores a despedir”.
Rui Miranda entende que a realidade dos picos de produção e o fraco volume de encomendas pode ser colmatada com medidas “ao nível da flexibilidade da organização do tempo de trabalho”.

Agência de Notícias 

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