Farmácia da Quinta do Conde envolvida em corrupção


PJ detém cinco pessoas com falsas receitas médicas

A Polícia Judiciária anunciou, esta quinta-feira, a detenção de três homens e duas mulheres, na Quinta do Conde, concelho de Sesimbra, “ligados à atividade médica e farmacêutica”, suspeitos de burla qualificada e falsificação de documentos que terão lesado o Estado em mais de um milhão de euros. Os cinco suspeitos já foram ontem ouvidos pelo tribunal de Sesimbra que deve anunciar ainda hoje as medidas de coacção a aplicar. Segundo números do gabinete do Ministro Paulo Macedo apontam que foram comunicadas às entidades competentes nos últimos meses mais de 60 casos de fraudes relacionadas com prescrição e faturação de medicamentos, num montante que ultrapassa os 45 milhões de euros.

Fraude com falsas receitas de medicamentos já custou 45 milhões 

A PJ deteve esta quarta-feira cinco suspeitos - três homens e duas mulheres - de lesarem o Estado em mais de um milhão de euros com falsas receitas médicas.
"O modo de atuação do grupo passava pela "emissão fraudulenta de receituário relativo a medicamentação comparticipada pelo Estado numa percentagem muito elevada", refere a Polícia Judiciária em comunicado.
As investigações da Judiciária permitiram apurar que os arguidos não só recebiam as comparticipações do Estado como se apropriavam dos medicamentos receitados de forma fraudulenta.
Na operação desencadeada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária, em colaboração com o Ministério da Saúde, foram efetuadas 21 buscas a residências, uma farmácia [que servia de fachada] da Quinta do Conde, em Sesimbra, viaturas e outros locais relacionados com as atividades ilícitas dos arguidos.
Além da detenção de cinco pessoas de idades compreendidas entre os 42 e os 70 anos, a Polícia Judiciária apreendeu cinco automóveis e outros materiais que terão sido obtidos com os proveitos da atividade criminosa.
Os suspeitos detidos, uma médica, o marido e três farmacêuticos da Farmácia de Quinta do Conde, terão prescrevido milhares de remédios nas receitas em nome de falsos doentes ou utentes já mortos. A investigação da Unidade de Combate à Corrupção apurou que para além do esquema fraudulento, os cinco suspeitos ainda se apropriavam dos remédios e vendiam-nos para Angola, lucrando mais dinheiro.
Ontem foram todos presentes a um juiz, no Tribunal de Sesimbra, que os ouviu a todos durante horas. As medidas de coação deverão ser conhecidas hoje.
A Polícia Judiciária refere ainda que vai prosseguir a investigação para apurar o "real alcance das condutas criminosas" e o valor total dos prejuízos.

Ministério comunica 60 casos de fraudes em medicamentos
Em comunicado emitido na sequência da detenção de cinco pessoas no âmbito da operação da Polícia Judiciária (PJ) "Receitas a Soldo", o ministério refere que "segue ativamente os casos anómalos detetados no processo de conferência de prescrições e respetiva faturação, tanto de medicamentos como de meios complementares de diagnóstico e terapêutica".
O Ministério da Saúde salientou que os casos reúnem "fundadas suspeitas da existência duma prática irregular ou ilegal" e acentuou que, "sempre que solicitado, continua a prestar às autoridades judiciárias e à polícia criminal, no quadro dos inquéritos na área da Saúde, a colaboração considerada indispensável à obtenção de resultados".
Só nos últimos meses, diz fonte do Ministro Paulo Macedo, o ministério comunicou às autoridades “mais de 60 casos em que existem fundadas suspeitas da existência duma prática irregular ou ilegal, num montante que ultrapassa os 45 milhões de euros”.

Agência de Notícias

Comentários