800 alunos expostos a amianto em Azeitão


Protesto contra amianto e degradação da escola em Azeitão 

 Centenas de pessoas formaram um cordão humano, em redor de uma escola em Azeitão, no concelho de Setúbal. Exigem obras com urgência. Por causa do temporal de Janeiro, há salas interditas, o que obriga metade dos alunos, a ter aulas no refeitório e na biblioteca. Há outro risco para a saúde pública. A estrutura de amianto, um material considerado cancerígeno, ficou agora sem isolamento e a vista de todos na escola.

Numa escola de Azeitão há alunos a ter aulas expostos a amianto 

Encarregados de educação e alunos da escola básica 2-3 de Azeitão, Setúbal, formaram esta quinta-feira um cordão humano para exigirem a requalificação daquele estabelecimento de ensino, bastante afetado pelo mau tempo de Janeiro.
Queremos a colocação de monoblocos para que os alunos tenham aulas em condições. O amianto da cobertura de um dos blocos ficou exposto e isso constitui um perigo para todos os que frequentam a escola”, disse à agência Lusa a presidente da Associação de Pais, Iolanda Rebelo.
A escola não tem condições, é provisória há 38 anos”, acrescentou Iolanda Rebelo, salientando que há várias turmas que estão a ter aulas na biblioteca e no refeitório.
A presidente da Associação de Pais garantiu ainda que tem havido contactos com o Ministério da Educação, que se comprometeu a fazer a obras e a retirar o amianto do bloco que ficou mais afetado pelo mau tempo e não em toda a escola, como pretende a associação.
O Governo está a desviar da Educação e da Saúde cerca de quatro mil milhões de euros para tapar o buraco do BPN, mas devia preocupar-se em resolver situações como a que se verifica nesta escola, onde há o risco de milhares de crianças virem a ter problemas de saúde dentro de alguns anos”, referiu ainda Iolanda Rebelo.

Amianto proibido em edifícios públicos
Para Rui Berckmeyer, da associação ambientalista Quercus, o problema da escola básica 2-3 de Azeitão não é único, uma vez que há muitas outras escolas construídas na década de 1980 com uma estrutura idêntica, numa altura em que se utilizava o amianto, um produto considerado perigoso para a saúde pública.
Hoje faz um ano que terminou o prazo dado pela Assembleia da República ao Governo para fazer o levantamento dos edifícios públicos com amianto, mas até agora pouco ou nada foi feito”, disse o ambientalista, alertando também para os perigos para alunos e professores.
Preocupada com a situação da escola mostrou-se também a jovem aluna Diana Semedo, que só há pouco tempo terá tomado plena consciência dos perigos do amianto.
O professor explicou-nos que era perigoso para a nossa saúde. Para nós era muito importante que mudassem o teto deste bloco” disse a jovem estudante na escola de Azeitão.

Agência de Notícias 

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