Crescem os pedidos de apoio na Cáritas de Setúbal


Cáritas de Setúbal apoia cada vez mais empregados carenciados

O perfil de carenciados que recorrem à Cáritas Diocesana de Setúbal para pedir apoio social está “a mudar todos os dias” com cada vez mais pessoas empregadas que não conseguem fazer face às despesas mensais. Uma situação que está a preocupar os responsáveis da Cáritas do distrito. O aumento de pedidos de ajuda para apoio psiquiátrico, diz a responsável, levou a que o centro fosse “obrigado a recusar o auxílio por não ter medicação suficiente para distribuir em todos os casos que têm surgido”.

Há cada vez mais pessoas a recorrer à Cáritas de Setúbal 

Isabel Monteiro, diretora do Centro Social São Francisco Xavier, alerta para os casos de “empregados pobres” que têm aumentado desde o passado mês de Junho na região e para as dificuldades que o próprio serviço da Igreja Diocesana tem vivido com a “inevitável recusa de pedidos”.
A representante da Cáritas Portuguesa afirma que os cortes do Governo no Rendimento Social de Inserção e em outras prestações sociais “são fatores determinantes” para a transformação do perfil de utente do serviço social. “Surgem cada vez mais pessoas com pedidos para medicação, alimentação, rendas e outras contas em atraso”, salienta. O aumento de pedidos de ajuda para apoio psiquiátrico levou a que o centro fosse “obrigado a recusar o auxílio por não ter medicação suficiente para distribuir em todos os casos que têm surgido”.

Maioria está no desemprego
Isabel Monteiro refere que a maioria das pessoas que a Cáritas assiste em Setúbal está desempregada, sem direito a rendimentos sociais e sem conseguir fazer face às necessidades que têm. “Surgem também muitas pessoas reformadas que neste momento estão a ajudar os próprios filhos”, acrescenta. A diretora do centro social afirma que o agravamento da situação regista-se desde o início de 2012 e acredita que “a situação não poderá ser invertida neste momento, estando a piorar cada vez mais sem que a Cáritas tenha meios para ajudar todas estas pessoas”.
Para além do apoio da Segurança Social no abastecimento da Cantina Social, os equipamentos da Igreja Diocesana contam com o contributo de voluntários para a intervenção junto de pessoas carenciadas e com donativos de pessoas individuais. As ofertas são feitas em dinheiro, géneros alimentares e brinquedos, tendo o serviço de distribuição de roupa sido cancelado pela falta de instalações para o realizar. A diretora do centro social afirma que a Cáritas de Setúbal “não tem hipótese de disponibilizar habitações para quem precisa”, tendo de reencaminhar as candidaturas para a sede do órgão nacional.

E depois do Natal?
Face às épocas festivas, Isabel Monteiro realça que se regista “uma grande onda de solidariedade durante a quadra natalícia para, depois desse período, as pessoas acabarem por cair no esquecimento”. A representante da Cáritas justifica que “a população está mais sensível durante esta época”, mas salienta que “as pessoas vivem esta realidade ao longo de todo o ano” e que “as dificuldades nos serviços de apoio social acabam sempre por ressurgir”.
Isabel Monteiro sensibiliza as pessoas para “darem as mãos no sentido de praticarem uma ajuda mais ativa para quem mais precisa” e salienta que “é altura de se largar o protagonismo e de apostar mais na coesão social, que é algo que está a ficar cada vez mais fragilizado”. Neste momento a Cáritas Diocesana de Setúbal dá a apoio a cerca de 70 pessoas e famílias setubalenses e distribui cerca de 470 refeições mensais a portadores de HIV/Sida e a pessoas sem abrigo.

Agência de Notícias 

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