Morte de funcionário da Fisipe pode ser sido homicídio


Iogurte continha  produto corrosivo

A hipótese de Álvaro Leite, o homem que morreu depois de ter ingerido um iogurte, pode ter sido propositadamente envenenado, após ingerir um iogurte com um produto químico corrosivo ganha cada vez mais força após as primeiras conclusões da polícia científica. O homem morreu no passado domingo no Hospital de são José, em Lisboa. Amigos e familiares não conseguem avançar com qualquer justificação para o que parece ser um homicídio.

Centenas de amigos prestaram homenagem 


A Polícia Judiciária de Setúbal já tem os resultados da autópsia, que determinou que a morte se deveu a complicações pulmonares devido às queimaduras nos brônquios. Os exames também já permitiram identificar o químico que estava no iogurte e cujos componentes existem na empresa [a Fisipe no Barreiro] onde Álvaro Leite trabalhava.
Para já, no entanto, está afastada a hipótese de suicídio, tal como parece cada vez mais remoto ter-se tratado de uma contaminação acidental. Os exames indicam que o químico foi colocado no iogurte, em quantidades suficientes para provocar as queimaduras fatais.
Afastada está também a responsabilidade do fabricante do iogurte. "Trata-se de um problema ao nível de contaminação do produto, um iogurte, não tem a ver com a marca, o produto em si ou o fabricante. É um caso de contaminação a posteriori e de forma isolada", disse fonte da PJ, adiantando que não se verificaram outros problemas semelhantes.
O que pode ter acontecido? Ainda ninguém sabe ao certo e vários familiares de Álvaro Leite ouvidos pelas autoridades não conseguem avançar com qualquer justificação para o que parece ser um homicídio.

Dez dias a resistir contra o veneno
A morte violenta ocorreu dez dias depois de Álvaro Leite ter participado, com outros operários, numa operação de transfega de ácidos para um camião. Este operação foi efectuada no dia 6 deste mês, na fábrica de fibras.
Concluída a tarefa, um camionista espanhol ter-lhe-á oferecido um iogurte. O trabalhador, residente em Alhos Vedros, colocou o iogurte no frigorífico. Mais tarde, quando o ingeriu, queixou-se de dores fortes.  O homem de 43 anos foi transportado ao hospital do Barreiro e, depois, para o Hospital de São José, em Lisboa.
Álvaro lutou dez dias contra a morte por envenenamento, mas acabou por sucumbir. No São José, "o seu estado foi considerado estável, mas o veneno acabou por provocar outras complicações, pelo que acabou por falecer", revelou fonte da Polícia Judiciária de Setúbal. O operário químico viria a morrer no último domingo.
No funeral, que ontem teve lugar no cemitério do Lavradio, concelho do Barreiro, o momento foi de dor. No enterro estiveram cerca de uma centena de familiares e amigos que não esconderam a comoção pela morte trágica. A mãe teve mesmo de ser amparada na cerimónia.

Agência de Notícias 

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