GNR prendeu mulher suspeita de matar os filhos em Alenquer

Keli é ouvida hoje em tribunal


A mulher, suspeita de ter morto dois filhos em Preces, Alenquer, foi detida neste domingo pela GNR, em Castanheira do Ribatejo, a uma meia dúzia de quilómetro da casa que terá incendiado. Deverá ser presente esta segunda-feira a tribunal para ser ouvida no primeiro interrogatório judicial.

Mulher foi presa quando apanhava boleia perto do local do crime

A mulher foi vista após ter pedido boleia a um homem. O condutor não a terá reconhecido, mas o rosto não passou despercebida a um militar da GNR. “Ela ia num carro a passar pelo centro da vila e um GNR reconheceu-a e mandou parar o carro”, conta o capitão Luís Barreto, comandante do destacamento de Alenquer.
Keli Alessandra Oliveira Santos, de 32 anos, foi então detida e o condutor identificado. Estava descalça, suja, sem dinheiro ou documentos. A aparência revelava que passara os últimos dias em condições precárias. A polícia acredita que terá dormido as últimas três noites em casebres da zona. Segundo a GNR, aparentava estar lúcida. Foi confrontada com o motivo da sua detenção, mas nada disse quanto aos filhos.
Agora o processo "é acompanhado pela Polícia Judiciária, pelo que a GNR nada mais tem a comentar", concluiu o capitão Luís Barreto que revelou ainda, à SIC, que a mulher “não apresentava qualquer sinal de arrependimento”.  
A suspeita foi depois entregue à PJ e será ainda hoje sujeita ao primeiro interrogatório judicial, que irá determinar a medida de coacção a aplicar-lhe.

Depressão pode estar na origem
A avó paterna dos meninos diz que não há palavras para o que aconteceu. E não se cansa de repetir que nada fazia prever “esta tragédia”. Quanto aos problemas de saúde da nora, Nazaré apenas sabe que o filho andava a tentar junto da assistente social conseguir acompanhamento psicológico para ela. Chorosa, a avó confirma um episódio de violência com o neto mais velho, com três anos, que terá acontecido neste Verão, em Sesimbra, noticiado neste domingo pelo Correio da Manhã. “Passou-se num dia que foram à praia, naquele dia o meu filho chegou muito comovido”, recorda a avó.
O menino terá feito uma birra e a mãe arrastou-o pela rua, tendo magoado os pés da criança. A cena teve direito a intervenção da GNR, que foi alertada por uma cidadã. O porta-voz daquela força, Gonçalo Carvalho, confirma que foi apresentada uma queixa por maus-tratos contra Keli, no posto de Sesimbra a 12 de Agosto. Desconhece-se o que aconteceu à reclamação, que normalmente é encaminhada para o Ministério Público.
“Isso ficou tudo em águas de bacalhau”, diz a avó. Nazaré conta que a nora se isolava em casa e dizia ter medo de sair sozinha, mas em Outubro passado, quando a sua mãe veio visitá-la do Brasil, parecia outra. “Elas saíam todos os dias e ela andava feliz”, relata. A mãe abalou e Keli ressentiu-se logo. Voltou a isolar-se.
A alegada homicida terá também deixado um bilhete escrito por dentro da porta de entrada da habitação e ter-se-á colocado em fuga, tendo sido vista por moradores a sair a pé, de noite, pela estrada principal da aldeia, com uma mala de viagem.
A mãe que, segundo os vizinhos, estava com uma depressão e não saía de casa nem para levar as crianças ao médico nem ao infantário, tarefa que era assegurada pelo pai, terá aproveitado o facto de o marido ir trabalhar à noite para ficar sozinha com os menores.
Nessa quarta-feira à noite Keli terá fechado os filhos num quarto. E ateado fogo à casa. Logo depois telefonou à sogra a dizer que tinha matado os netos. Encontrou-se mais tarde com o companheiro, em Castanheira do Ribatejo, para lhe dizer o mesmo. E desapareceu. Não terá andado longe. Neste domingo foi presa.

Agência de Notícias 

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