Baía do Tejo quer reajustar projectos

120 milhões de euros para descontaminação de solos no Barreiro e no Seixal

A descontaminação dos solos nos antigos parques industriais do Barreiro e do Seixal deve estar concluída em 2020 após um investimento total de 120 milhões de euros, segundo o presidente da Baía do Tejo, Jacinto Pereira, responsável pela gestão dos terrenos.

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"A descontaminação é a fase zero, apesar de não esperamos por isso para tomar decisões. A descontaminação está a avançar todos os dias e já foram investidos 25 milhões de euros”, disse à Lusa o responsável.

A empresa pública Baía do Tejo tem a seu cargo a gestão dos parques empresariais do Barreiro, do Seixal e de Estarreja, tendo também assumido o projecto Arco Ribeirinho Sul. Este prevê a requalificação das antigas áreas industriais da Quimiparque (Barreiro), da Siderurgia (Seixal), e da Margueira (Almada).
No actual quadro comunitário vão ainda ser investidos cerca de 13 milhões na descontaminação dos terrenos e no próximo, que termina em 2020, vão gastar-se 43 a 45 milhões de euros, segundo as estimativas da empresa.
“Neste momento estamos a 50 por cento dos resíduos retirados nos dois parques. No Barreiro foram retiradas 68 mil toneladas e no Seixal cerca de 130 toneladas de resíduos”, referiu Jacinto Pereira.

Parques são “diamante em bruto”
Além desta operação, a Baía do Tejo vai investir 2,7 milhões de euros naqueles dois parques ao nível dos imóveis. Este dinheiro vai servir para demolir edifícios obsoletos e recuperar outros, e para “criar condições de lançar projectos de empreendedorismo e criação de clusters dentro dos parques”, disse Jacinto Pereira em entrevista à Lusa.
“O Barreiro, o Seixal e Estarreja são parques com uma proximidade grande com Lisboa e Porto, no caso de Estarreja. Temos aqui um diamante em bruto e, quando se fala tanto na reindustrialização, temos condições para estar na pole-position de todo esse processo”, defendeu.
O responsável da Baía Tejo referiu que o parque localizado no Seixal pode receber a indústria pesada e que os parques do Barreiro e de Estarreja estão mais direccionados para indústrias leves e serviços.
Sobre a Margueira, em Almada, o outro território envolvido no projecto Arco Ribeirinho Sul, Jacinto Pereira explicou que existe uma lógica diferente, pois o território ainda é do Fundo Margueira.
“Existe um contrato-promessa em que a Baía do Tejo investiu 58 milhões na compra dos terrenos da Margueira, mas ainda não foi concretizado por questões de limitação territorial e questões matriciais que têm que ser absolutamente definidas antes do contrato final”, explicou.
O presidente, em funções há sete meses, disse ainda que existem outras questões a serem limadas na Margueira, como a jurisdição da Administração do Porto de Lisboa, que “podem pôr em causa a viabilidade económica do Plano de Urbanização existente”.

Projectos vão ser reajustados 
Só em 2020 os terrenos estarão descontaminados 

O Arco Ribeirinho Sul era gerido por uma sociedade com o mesmo nome, entretanto extinta. “A empresa estava sintonizada num sentido, por isso entendemos que deve haver uma reorientação. A empresa estava baseada numa série de projectos cujos pressupostos estavam desajustados da realidade actual”, afirmou Jacinto Pereira.
O responsável deu o parque empresarial do Barreiro como exemplo, referindo que a estratégia estava assente em grandes projectos que não vão avançar no imediato.
“Existe um Plano de Urbanização baseado em pressupostos que não se verificam, como a Terceira Travessia sobre o Tejo. Por outro lado, o plano foi feito numa lógica de autofinanciamento, na base do imobiliário, e isso é uma realidade ultrapassada”, salientou.
“A base de sustentabilidade económica estava a ser descurada e por isso temos 220 clientes, quando já tivemos cerca de 400. Temos 150 empresas no Barreiro, 50 em Estarreja e 16 no Seixal. É importante manter os clientes que cá temos e trazer mais clientes, é essa a prioridade máxima. Claro que a conjuntura actual também contribuiu por esta redução”, referiu.

Agência de Notícias 

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