Força Aérea abre inquérito a militar que supostamente terá morto o filho

Autópsia vai confirmar se bebé de militar da Força Aérea nasceu morto

A militar da Força Aérea que andou vários dias com o cadáver do filho recém-nascido na mala do carro disse à Polícia Judiciária (PJ) que o bebé já nasceu morto. A autópsia do cadáver, que realizou-se ontem, na delegação norte do Instituto Nacional de Medicina Legal, no Porto, vai ser decisiva para confirmar as declarações da militar de 26 anos, que estava a realizar um curso de sargentos na Base do Montijo.


Força Aérea abriu inquérito a militar depois das notícias divulgadas

O Estado-Maior da Força Aérea anunciou a abertura de um inquérito na sequência de notícias sobre a militar que terá pedido a um amigo para queimar o cadáver do filho, noticiaram no passado fim-de-semana o Correio da Manhã e o Jornal de Notícias.
“O chefe do Estado-Maior da Força Aérea determinou a abertura imediata de um processo de averiguações para apuramento de eventuais factos que tenham ocorrido em instalações militares do ramo”, diz o comunicado.
O amigo, a quem a militar terá descrito o recém-nascido como sendo o cadáver de um animal que lhe tinha sido colocado na mala do carro no decurso de uma praxe no Montijo, ainda começou a queimar o recém-nascido, na Maia, mas o corpo não ardeu. Terá sido a sua mãe que percebeu que se tratava de um bebé e alertou as autoridades policiais.
A militar, solteira, foi ouvida pela PJ e constituída arguida, estando a aguardar em liberdade o decurso das investigações. Se a autópsia confirmar que o bebé nasceu morto, terá de responder pelo crime de ocultação de cadáver. Se o exame concluir que a criança nasceu viva, então terão de se apurar as circunstâncias concretas da morte, podendo a militar vir a ser acusada de infanticídio ou homicídio.
No primeiro caso, tem de se provar que a morte ocorreu durante ou logo após o parto, estando a mãe ainda “sob a sua influência perturbadora”, o que é considerado uma atenuante que limita a pena de prisão a um máximo de cinco anos. Se tal não ocorrer, a militar pode ser acusada de homicídio, incorrendo numa pena de prisão entre oito e 16 anos.

Agência de Notícias 

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