Autoeuropa reduz produção em Dezembro

Empresa mantém todos os postos de trabalho

A fábrica de Palmela da Volkswagen vai tomar medidas especiais para compensar contracção do mercado automóvel europeu e garantir assim os postos de trabalho no próximo ano. A produção pára um mês mas, de acordo com o director geral, o “prestígio” da Autoueuropa permite encarar o futuro com “optimismo”. A greve dos portos está a deixar mais de 10 mil carros no Porto de Setúbal, situação altamente lesiva para a fábrica de Palmela que já procura alternativa para escoar veículos por Espanha. As fornecedoras da Autoeuropa dispensaram 200 trabalhadores desde o início de 2012 devido à quebra de produção do mercado automóvel, segundo a TSF.

Fábrica de Palmela vai suspender  produção durante um mês

A administração da Autoeuropa anunciou esta semana uma paragem de 8 de Dezembro a 7 de Janeiro de 2013, para fazer face à quebra de encomendas, mas garante que está adotar medidas para manter os postos de trabalho em 2013.
"Vamos trabalhar até dia 7 de Dezembro, mas depois há uma paragem de 11 dias ('downdays'), a que se seguem as habituais férias de Natal", disse a porta-voz da empresa, Carmo Jardim, adiantando que a "produção será retomada no dia 8 de Janeiro de 2013". "Estão ainda previstos mais dois dias de não produção, a 18 e 25 de Janeiro, duas sextas-feiras", acrescentou.
Carmo Jardim falava à Lusa após uma reunião interna em que a administração da empresa comunicou aos trabalhadores que se estava a preparar para um cenário de menor volume de produção em 2013, mas que não estava a considerar a hipótese de cancelar contratos de trabalho.
Em comunicado, a administração da Autoeuropa garante ainda que irá trabalhar em conjunto com a Comissão de Trabalhadores, com o Governo português e com o Grupo Volkswagen, "para a implementação de medidas que garantam a manutenção de todos os postos de trabalho em 2013".

Prestígio da Fábrica de Palmela evita males maiores
Para além das ferramentas de flexibilidade laboral, como é o caso dos 'downdays', as medidas a adotar incluem a produção adicional de peças e ferramentas para outras fábricas do grupo Volkswagen, programas de formação profissional e o destacamento de grupos de colaboradores para outras fábricas da Volkswagen em períodos de lançamento de novos produtos.
Na intervenção que dirigiu esta segunda-feira aos colaboradores da Autoeuropa, o diretor-geral, António de Melo Pires, afirmou que a "imagem de qualidade e competência técnica que a Volkswagen Autoeuropa e os seus colaboradores conquistaram no universo industrial do grupo Volkswagen, permite encarar com optimismo os desafios colocados por um momento tão crítico da economia internacional".  

Palmela já construiu mais de 101 mil carros este ano


Apesar da queda nas vendas, a Administração segura  trabalhadores
De acordo com os dados disponibilizados pela Autoeuropa, a fábrica de Palmela produziu um total de 101.457 veículos de Janeiro a Outubro deste ano, o que corresponde a uma quebra de 11,1 por cento  em relação à produção no mesmo período do ano passado, em que produziu 114.151 veículos.
Apesar da crise no setor automóvel, a Autoeuropa produziu este ano mais viaturas Volkswagen Sharan (mais 17 por cento) e Seat Alhambra (mais 3 por cento ) do que no ano passado.
Este registo positivo não foi, no entanto, suficiente para compensar as fortes quebras que se verificaram nas encomendas do Volkswagen Eos (menos 47 por cento ) e no Volkswagen Scirocco (menos 18 por cento).

Autoeuropa tem mais de 10 mil carros à espera de embarque
Para além das dificuldades que se verificam no mercado automóvel, a Autoeuropa está ainda a ser confrontada com problemas adicionais na exportação de veículos, devido à greve dos trabalhadores portuários.
De acordo com dados da empresa, a Autoeuropa aguarda pelo embarque de cerca de dez mil veículos que já deveriam ter sido entregues aos clientes há uma semana, mas que ainda não saíram do País devido à greve dos trabalhadores do porto de Setúbal.
Dado que cerca de 80 por cento dos veículos produzidos pela Autoeuropa são exportados a partir do porto de Setúbal, e atendendo a que a greve dos trabalhadores portuários se poderá prolongar até 27 de Novembro, a empresa já começou a ponderar eventuais alternativas, que poderão passar pela utilização dos portos espanhóis de Vigo ou Santander.

Fornecedoras dispensam 200
Mas se a Autoeuropa consegue contornar a crise, o mesmo não se pode dizer de quem a fornece. De acordo com as contas da TSF, as fornecedoras da fábrica de Palmela, este ano, dispensaram mais de 200 pessoas.
As empresas que fornecem a fabricante da Volkswagen, em Palmela, empregam um total de 6 mil pessoas e cortaram desde o início deste ano 200 postos de trabalho. A informação foi avançada por Daniel Bernardino, um dos porta-vozes da Comissão Coordenadora dos trabalhadores do Parque Palmela à Rádio TSF.
Os despedimentos ocorridos devem-se à queda do número de encomendas por parte da Autoeuropa, segundo a TSF. A Autoeuropa tem sido afectada pela redução das vendas no mercado automóvel e tem vindo a adaptar os níveis de produção às exigências do sector.
Das 18 empresas que trabalham no Parque Palmela, 13 trabalham quase exclusivamente para a Autoeuropa. Os fornecedores, afectados pela diminuição da produção da fabricante da Volkswagen, são obrigados a redimensionar as suas estruturas, segundo a TSF.

Agência de Notícias 

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