Lisboa em festa


Marchas, sardinhas e casamentos de Santo António

A Avenida da Liberdade, a Sé e os bairros típicos são hoje os principais palcos das Festas de Lisboa, que vivem o seu dia mais importante com os Casamentos de Santo António e o desfile das marchas populares. A partir da meia-noite de hoje a CP entra em greve e o Metro não fará viagens de reforço como sempre fez na noite mais longa da cidade. 

Marchas desfilam esta noite pela Avenida da Liberdade


Na véspera do feriado municipal, a câmara organiza pela 16.ª vez os casamentos de 16 pares de noivos, elevando assim para 256 o número de casais que protagonizaram a iniciativa da autarquia.
A tradição foi iniciada em 1958, pelo jornal Diário Popular, mas foi interrompida em 1974, para ser retomada pelo município em 1997. Segundo a organização, anualmente são recebidas entre 40 a 50 candidaturas.
Os casamentos civis têm início às 12:00 nos Paços do Concelho, seguindo-se a cerimónia religiosa (com 11 casais e três 'casais de oiro', que se uniram nas antigas Noivas de Santo António e celebram agora 50 anos de matrimónio), às 14:30, na Sé de Lisboa, onde centenas de cidadãos se concentram para aplaudir os participantes, que este ano têm entre 20 e 37 anos.
Às 17:00 decorre o desfile dos casais pela cidade e, logo depois, o copo de água no Convento do Beato.

Noite de marchas
À noite, quando as ruas dos bairros tradicionais estiverem repletas, com música popular e cheiro de sardinha em cada esquina, arranca, às 21 horas o desfile das marchas, que este ano celebram 80 anos. Este é, aliás, um dos temas do certame nesta edição, a par da elevação do fado a património da Humanidade e do Ano de Portugal no Brasil/Ano do Brasil em Portugal.
As apresentações, organizadas pela empresa municipal de gestão de equipamentos e animação culturais, a Egeac, incluem a marcha infantil Voz do Operário e a marcha dos Mercados (ambos extra-competição) e, como convidados, quatro agrupamentos de Macau, Emirados Árabes Unidos, Portugal e Brasil.
As vinte marchas em concurso são São Vicente, Belém, Alcântara, Beato, Alfama, Bica, Santa Engrácia, Carnide, Graça, Olivais, Mouraria, Marvila, Madragoa, Baixa, Penha de França, Ajuda, Campolide, Bairro Alto, Castelo e Alto do Pina, o vencedor do ano passado.

CP faz greve e metro sem reforço
Devido às festas, as principais artérias do centro da cidade estão interditas ao trânsito - na Avenida da Liberdade, por exemplo, a faixa central vai estar cortada a partir das 15 horas e até às 10 horas de quarta-feira, enquanto as laterais ficarão vedadas a partir das 20 horas.
Ao contrário do que faziam em anos anteriores, o Metropolitano de Lisboa e a CP - Comboios de Portugal não vão reforçar os serviços na madrugada de quarta-feira, durante a qual se prolongam os arraiais, e os últimos comboios e composições de metro vão partir cerca da uma da madrugada de quarta-feira.
Nesse dia, devido à greve dos trabalhadores da CP, a empresa admite a supressão total na circulação nas linhas de Cascais, Sintra e Sado.
Apenas a Carris prevê alargar a circulação de quatro carreiras na quarta-feira (748, 753, 781 e 799), que não funcionariam por ser feriado, mas que vão reforçar a oferta habitual.

Paulo Jorge Oliveira 

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