Fim do Parque Expo obriga Câmaras a entenderem-se

Lisboa e Loures vão administrar Parque das Nações

A gestão da parte urbana da zona do Parque das Nações, em Lisboa, vai ser transferida para as Câmaras de Lisboa e de Loures até 30 de Junho, dia em que será extinta a Parque Expo - Gestão Urbana do Parque das Nações, empresa do Grupo Parque Expo. A partir dessa data, tarefas como a limpeza de ruas ou recolha de resíduos ficarão a cargo dos municípios. Mas até lá terá de ficar resolvido o problema das dívidas das câmaras ao Parque Expo, que totalizam quase 75 milhões de euros. Em cima da mesa está também a venda do Pavilhão Atlântico.

Municípios de Lisboa e Loures devem 75 milhões à Parque Expo


O encerramento da empresa que gere a parte urbana do Parque das Nações vai implicar o despedimento de cerca de 40 colaboradores. Esta medida está incluída no plano de reestruturação do Grupo Parque Expo, que vai culminar na sua extinção no final de 2013, conforme anunciado em Agosto pela ministra do Ambiente, Assunção Cristas.
Segundo a administração da Parque Expo, presidida por John Antunes, a Câmara de Lisboa deve à empresa 19,9 milhões de euros pelas actividades de gestão urbana da zona do Parque das Nações que fica neste concelho. Loures deve cerca de 55 milhões de euros pela gestão da área que fica no seu território. Este valor, porém, não é reconhecido pela autarquia, que sempre recusou fazer qualquer pagamento por entender que a Parque Expo quer cobrar duplamente pelos serviços que presta, aos moradores e à câmara.

Dívida poderá ser perdoada

Com o impasse, o ADN sabe que corre rumores de que há a real possibilidade de o passivo dos municípios ser perdoado ou diminuído, perante a urgência de transferir a gestão para as autarquias. “Rumores” que nem António Costa, de Lisboa, nem o presidente da Câmara de Loures, ainda comentaram.
A proposta que o PSD vai levar à Assembleia da República para incluir na freguesia do Parque das Nações (que será criada caso avance a reorganização administrativa de Lisboa) a parte que fica no concelho de Loures deverá tornar este processo ainda mais complexo. Isto porque, se for aprovada, esta proposta implica que Loures abdique de parte do seu território, o que não deverá acontecer sem contrapartidas.

Atlântico vai ser vendido  
Atlântico já tem potenciais compradores 

Até ao final do primeiro semestre, o Governo quer também concretizar a venda do Pavilhão Atlântico. Ao que se sabe que há empresas nacionais e estrangeiras interessadas na compra deste espaço, que em 2010 estava avaliado em 22,3 milhões de euros, segundo o Relatório e Contas da Parque Expo. No entanto, o anúncio da extinção da empresa terá feito cair o preço. 
O caderno de encargos para a venda está a ser ultimado e será entregue por carta aos interessados, em princípio já na próxima semana. A assessoria financeira deste processo está a cargo do Banco BPI, disse a administração da Parque Expo.
O plano de reestruturação da empresa prevê a saída de 82 colaboradores até ao final de
2012 e de 79 em 2013. No entanto, nos últimos meses a administração chegou a acordo com alguns funcionários e já só restam cerca de 140 e para estes ainda não há prazo para o despedimento colectivo e que valores indemnizatórios estão previstos. Fonte do processo admite que o Governo está à espera de concretizar a venda do Pavilhão Atlântico para conseguir as verbas necessárias.
"Não sabemos quando seremos despedidos nem em que condições", diz o porta-voz da Comissão de Trabalhadores, Nuno Marques, acrescentando que "as pessoas que saírem na segunda fase não sabem o que ficarão a fazer até lá".
Até agora, ainda só foi extinta a ExpoBi2, uma sociedade-veículo para a promoção de um lote do Parque das Nações, detida em 30 por cento  pela Parque Expo.

Agência de Notícias 

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