Autoeuropa regista melhor ano da última década

Autoeuropa mantém os 25 dias de férias

2011 foi um dos melhores últimos 10 anos” da Autoeuropa. A fábrica de Palmela fechou o ano com vendas de 2.246 milhões, uma produção de 133.100 carros (uma subida de 31 por cento face ao ano anterior) e exportou 98,9 por cento do que produziu. E ainda vai manter os 25 dias de férias. António de Melo Pires, porém, disse que “2012 deve ser gerido com cautela” muito por culpa da possível recessão alemã. 
Fábrica de Palmela teve um dos melhores anos de sempre 


“Tivemos a sorte de os nossos principais mercados estarem em expansão”, disse esta semana o diretor-geral da fábrica de Palmela, António de Melo Pires, apontando para o mercado da Alemanha e da China, que é já o segundo cliente da Autoeuropa. Passou de quinto para segundo lugar no espaço de apenas um ano.
Quanto ao primeiro trimestre de 2012, a estimativa é de que seja “um pouco melhor do que o ano passado”, adiantou o responsável num evento organizado pela empresa para divulgar o balanço de 2011 e perspetivas para 2012, antes de ter avançado que vão contratar mais 20 colaboradores.
A Autoeuropa vai manter os 25 dias de férias para os trabalhadores, apesar de o acordo laboral celebrado entre o Governo e os parceiros sociais ter cortado para 22 os dias a gozar pelos portugueses, disse o diretor-geral da fábrica de Palmela. 
Comentando o acordo laboral, António de Melo Pires afirmou que iria analisar "o que é vantajoso" para a Autoeuropa e depois isso seria "discutido com a comissão de trabalhadores", acrescentando que o acordo de empresa refere 25 dias de férias, pelo que se irá manter este número.
O responsável máximo da fábrica portuguesa da Volkswagen disse que, nas questões laborais, "a Autoeuropa está muito à frente do acordo laboral", frisando, no entanto, que "é necessário esperar que entre em vigor" para depois "ser discutido internamente".
O diretor de recursos humanos, Juergen Hoffmann, também presente na conferência de imprensa, fez questão de salientar que a unidade de Palmela "continua a ter o primeiro lugar no 'ranking' da assiduidade das fábricas do grupo Volkswagen, com 1,1 dias por ano de faltas por trabalhador".
Em termos globais, o mesmo indicador para a indústria portuguesa situa-se nos 11,9 dias por ano de faltas por trabalhador, segundo dados de 2008 fornecidos por Juergen Hoffmann.
O diretor de recursos humanos da Autoeuropa adiantou também que, em 2011, a força de trabalho da fábrica aumentou 12 por cento, para 3603 trabalhadores, quando em 2010 eram 3207.

Gerir 2012 com cautelas
António de Melo Pires quer prudência este ano


Depois de um 2011 "muito positivo", em que a produção cresceu 30 por cento, o diretor-geral da Volkswagen Autoeuropa prepara-se para responder a um ano que se avizinha crítico. "Não estamos a dizer que o ano vai ser mais negativo. Estamos a ser cautelosos quanto às nossasperspetivas", assumiu ontem António de Melo Pires, admitindo a possibilidade de a fábrica de Palmela fazer mais dias de paragem do que o previsto no acordo laboral se a crise nos maiores mercados de exportação se agravar.
Para já, a administração da unidade de Palmela marcou os dois primeiros ‘down days', [dias sem trabalho] para 17 e 20 de fevereiro, e avisou a comissão de trabalhadores que os números de produção serão discutidos trimestral ou mensalmente. "No ano passado, utilizámos cinco ou seis ‘down days'. Os 22 dias fazem parte do acordo mas, neste momento, não sabemos se serão utilizados [em 2012] dez, 20 ou 30 dias. Depende da evolução de mercado", assumiu o diretor-geral da VW Autoeuropa, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados de 2011.
António de Melo Pires admite estar atento à recessão económica que poderá afetar os principais mercados de exportação da Autoeuropa, que, em 2011, representou 98,9 por cento da produção. No entanto, o mesmo responsável acredita que a fábrica saberá reagir às possíveis oscilações de mercado. "O nosso sistema é extremamente flexível, o que nos permite responder a variações de volume grandes. Se não chegar, vamos entrar em discussão com a comissão de trabalhadores para ultrapassar uma eventual crise", defende. 
De realçar que, apesar da incerteza dos mercados europeus [sobretudo de Espanha, Itália, França e Alemanha], outro dos problemas da Autoeuropa é o preço da energia. “A fatura da eletricidade cresceu mais um milhão só com o aumento do IVA”, concluiu o
director-geral da fábrica de Palmela.


Paulo Jorge Oliveira 

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